Bem, como muitos sabem, eu tenho 31 anos. Desses, há 16, 17 vivo relações afetivas-sexuais. Namorei monogamicamente durante 5 anos, depois
me casei (sendo a maior parte desse casamento mono e depois RA), o que durou
cerca de 9 anos. Há mais de três anos conheci o poliamor e, a partir de então,
passei a ter apenas relacionamentos poliamorosos. Como no poliamor um
relacionamento nao exclui o outro, minhas experiências sexuais e meus
relacionamentos amorosos mais que quadruplicaram nesse pequeno período. Assim,
posso dizer, por mais estranho que possa parecer, que minhas experiências de
relacionamento são muito mais polis do que monos.
De qualquer forma, me sinto apta a analisar ambos a partir
da minha vivência. E por conseguir analisar, comparar, racionalizar, sei que
nunca mais voltarei a ser monogâmica. Afinal, eu SOU poli. É assim que me sinto
e me entendo, é o que defendo como forma superior de relacionamento.
E nesse momento pretendo analisar uma questão em particular:
o amor. Obviamente que eu amava meus parceiros monogâmicos, mas agora
identifico elementos como posse, insegurança, ciúme, egoísmo entranhados no
amor que eu sentia. Sentimentos que trouxeram vários conflitos internos e
externos em minha vida.
Diferentemente das minhas experiências monogâmicas, os
relacionamentos poliamorosos que tive (e os que tenho) me fizeram enxergar o
amor como algo muito mais pleno, incondicional. Todos os que amei desde então,
de alguma forma, ainda continuo amando. Se o relacionamento nao terminou porque
as pessoas mudaram e se tornaram estúpidas, falsas, etc., aos meus olhos, eu
nao tenho motivo para deixar de ama-las.
Percebi que muitas vezes os relacionamentos nao acabaram por
falta de amor, mas por incompatibilidades percebidas com o tempo, distancia,
projetos diferentes de vida, entre outras coisas que nao me fizeram deixar de
gostar dx parceirx em questão. Por isso continuamos amigos, amigos coloridos,
ficantes. Procuro ter o que posso ter de melhor com cada uma dessas pessoas e
isso realmente me faz bem, não deixamos de existir uns para os outros, não
deixamos de ter vínculos.
Agora vivo uma situação que me demonstra com ainda mais
clareza o que eu já vinha percebendo: o amor nas relações polis tem a
potencialidade de nos fazer mais generosos, mais “altruístas”, o sentido de
querer o bem dx outrx é
amplificado – não busco o que é melhor pra mim submetendo a felicidade de meus
parceirxs à minha vontade, aos meus caprichos e desejos.
Amo muito alguém que pode não mais estar presencialmente na
minha vida daqui ha um tempo. Foi uma escolha de vida delx, algo que pode lhe
proporcionar uma vida melhor, mais rica e plena. Bem, o meu desejo egoísta é
que essa pessoa continue por perto, mas ele é absurdamente menor que a minha
felicidade de ver a possibilidade
de uma vida melhor para essa pessoa. Eu a amo tanto, mais tanto, que o fato de
ela poder viver melhor, mesmo longe, me traz felicidade.
Claro que sofrerei a ausência, a saudade, mas nada disso
apaga ou diminui os momentos que vivemos e o amor que sentimos. Se é amor tem
que libertar, tem que permitir que os indivíduos sejam livres para viverem suas vidas e
fazerem suas escolhas. Ser feliz em um relacionamento as custas dos sonhos,
projetos de quem se ama... não me parece amor. Para mim, hoje, amor é o que
sentimos quando vemos quem amamos realizado e feliz.
Mais uma vez: o amor não encarcera, o amor liberta!
Sharlenn
Bom dia :-) estou conhecendo seu blog hoje e estou gostei muito.está muito bem construído.parabéns :-)
ResponderExcluirBom dia :-) estou conhecendo seu blog hoje e gostei muito.está muito bem construído.eu adorava ter um relacionamento poliamoroso mas confesso que estou meio perdido,não sei bem por ondi começar.
ResponderExcluirComece se entendendo. Ser poli não é só poder ter mais de um relacionamento afetivo/ sexual. É uma identidade que assumimos. Se eu puder ajudar, pode procurar.
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