O modelo de família e relacionamentos afetivos/sexuais tradicionais atendem a interesses
específicos que relaciono em nossa sociedade com o capitalismo. Há uma ideologia
burguesa/moralista que impõe o
certo e o errado em termos de relacionamentos e sexualidade, mas tal ideologia
é completamente arbitrária, sem fundamento racional. A burguesia precisa de
instrumentos de controle da natalidade e genealogia que permitam organizar a
transmissão da herança (propriedade privada). Alem disso, existe a necessidade
da competição como instrumento de funcionamento do mercado e também de controle
social. A família nuclear deve priorizar apenas os indivíduos que a compõem o
que gera uma falta de
solidariedade e sentimento de coletividade.
Ademais, o controle da sexualidade precisa ser exercido para
que se garanta o foco no trabalho alienado – vide Freud e Marcuse.
Nesse sentido, minha posição é que o Poliamor só pode ser um
modelo de relacionamento amplamente aceito e vivenciado em uma outra sociedade - que considero ser o socialismo/comunismo - pois os valores decorrentes de sua prática vão contra a manutenção da sociedade
capitalista. A possibilidade de
envolvimentos múltiplos (tanto afetivos quanto sexuais) permite a ampliação dos
laços sociais, estimula a
solidariedade e o sentimento de coletividade. As relações potencializam umas às
outras ao invés de se excluírem. Nao há necessidade de separação entre amizade e amor, nao há
sentido em se preservar uma genealogia. As famílias poderiam ter vários
formatos sem a obrigatoriedade de se estabelecer um pai ou uma mãe biológicos.
Alem do mais, a multiplicidade de relacionamentos coabitantes gera uma
comunidade dos meios de subsistência.
Por tudo isso é que defendo a bandeira do Poliamor sim! Dessa
forma, lutando desde agora, é que
teremos condições de sermos, ao menos, respeitados e termos nossos direitos
garantidos.
Sharlenn e Raguinm
Sharlenn adoro tudo o que você escreve! Parabéns! Sou sua fã!
ResponderExcluirNossa! Que honra Mariana! :) Lisonjeada!
ExcluirMas esse texto aqui eu escrevi em parceria com meu marido, o Raguinm. ;)