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sexta-feira, 14 de março de 2014

Sobre Frustração e Realização no Amor

Hoje estive muito pensativa a respeito das relações afetivas/sexuais, os vários modelos não monogâmicos, a própria monogamia, etc., e, por alguns momentos, me senti tentada a desistir de me permitir novos vínculos afetivos (de qualquer espécie).

Posso estar parecendo dramática, drástica...mas as decepções vão se acumulando - o que em um dia parece ser algo realizador, potencializador, no outro se torna fonte de angústias e ressentimentos.


 É, de fato, muito difícil, em meio a uma sociedade neurótica/obsessiva encontrar indivíduos dispostos e/ou capazes de se relacionarem com o outro de forma "saudável". Mas, no fim disso tudo, o que percebi, é que as pessoas que me decepcionaram/magoaram/frustraram, conseguiram me causar bem menos danos emocionais justamente porque tenho outros vínculos afetivos fortes que enriquecem minha vida, partilham dos meus problemas, compreendem minha dor e continuam ao meu lado. 


Assim, apesar de qualquer enlaçamento afetivo/sexual, ser um "risco" potencial de sofrimento, é também a possibilidade de novos e bons encontros...o que decidi a partir desses últimos relacionamentos "problemáticos" foi aumentar ainda mais meus critérios de envolvimento emocional (pode ser uma decisão radical...mas, percebo ser a mais adequada às minhas necessidades) e me posicionar ainda mais fortemente sobre a minha ideia de que TODO relacionamento afetivo deva ter a AMIZADE como fundamento necessário e prioritário.


Por fim, defendo mais do que nunca o Poliamor como o modelo de relacionamento capaz de (entre tantas outras coisas) minimizar os sofrimentos emocionais. Pode parecer contraditório: ter mais relacionamentos não significa mais probabilidade de frustração, decepção, dor? Percebo que não. Ter ou estar aberto a ter mais relacionamentos afetivos de qualidade, faz com que as expectativas sobre o outro diminuam e que, tendo a amizade como algo basilar, as relações afetivo/sexuais que não deram "certo" deixem menos mágoas, que haja maior compreensão entre as partes, mais pessoas com quem contar, desabafar...e assim, seguir em frente. E seguir em frente não necessariamente é deixar o outro como um "fato" do passado, é entender que as relações humanas são dinâmicas e podem se configurar de inúmeras formas. Não é entender a relação passada como um erro, mas como algo que, naqueles moldes (e, muitas vezes, naquele momento), não pôde se manter naquela configuração...


Ainda temos muitos resquícios do terrível "amor romântico" e assim, por vezes, caímos em suas armadilhas - idealizar, criar expectativas irreais, etc., - e, por mais que reafirmemos para nós mesmos que não fazemos tal coisa, a vida demonstra o quanto ainda temos que "evoluir" nesse sentido a fim de que tenhamos cada vez mais relações saudáveis, prazerosas, potencializadoras.


Sharlenn

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